domingo, 19 de abril de 2015

TECNOLOGIA DE NOVAS PRÓTESES PARECEM FICÇÃO CIENTÍFICA

Apesar de não serem tão novas quanto o ano… tecnologias como joelho com Bluetooth e pé protético que responde automaticamente aos desníveis de solo estão disponíveis no mercado e ainda são novidades para muita gente.
Graças à pesquisa e à alta tecnologia aplicadas ao mundo das próteses, tanto o risco como as diferenças entre as funções naturais do corpo humano e a substituição artificial se reduzem assombrosamente, até um ponto que muitos o acham ficção científica. Jens Müller (foto), especialista em próteses e figura muito reconhecida no setor, mostra à Agência Efe o que há de mais inovador no mercado.
PÉ INTELIGENTE – O “Pie Proprio” da empresa Ossur é um dos avanços que Jens Müller nos mostra em sua clínica ortopédica. O primeiro pé inteligente do mundo que responde instantaneamente a mudanças em desníveis do solo, modificando seu ângulo de inclinação. Até agora, as próteses de pé eram fixas em 90 graus. Esta novidade, como se fosse um tornozelo real, se adapta aos diferentes terrenos ao andar.
“Isto para os amputados é muito importante porque anteriormente, com os 90 graus fixos, a maioria tinha que fazer mais esforço e levantar a perna muito mais. Com este novo pé a elevação da prótese é menor, já que ao levantar eles podem arrastar a ponta no chão”, comenta Müller. “Um dos grandes problemas dos pés protéticos é o calçado. Quando o paciente muda os sapatos por outros de maior ou menor altura, automaticamente o resto da prótese já não serve”, diz o especialista.
O usuário, sobretudo, estava quase condenado a usar sempre o mesmo tipo de calçado com exatamente a mesma altura. O pé “inteligente” se ajusta, com um sistema de equilíbrio, ao salto do sapato.
BLUETOOTH PARA JOELHOS – A mesma empresa lançou a segunda geração de joelhos “Rheo”, que conta com a incorporação de Bluetooth para realizar ajustes e medições por computador, apresentando um melhor sistema para o controle e estudo do paciente. “A prótese controla perfeitamente cada passo no qual se encontra o paciente”, diz Müller. Um exemplo mais de inovação vem da companhia Otto Bock. Com o joelho “C-Leg Genium” os amputados poderão, pela primeira vez, imitar um passo da maneira mais parecida à forma biológica natural.

Segundo afirma Müller, “é mais um passo, a grande diferença está em que os usuários podem ter mais amplitude de atividade. Havia muitos obstáculos que eram impossíveis de resolver até esta última geração”. O aparelho tem uma posição de bloqueio e de marcha. Graças a bandas de dilatação, que mudam ao se pressionar o calcanhar e a ponta do pé, o joelho se bloqueia ou desbloqueia. Também tem a possibilidade de ser ativado mediante um comando à distância.
Como se fosse o Homem de Ferro, a tecnologia apresenta ao mundo o exoesqueleto, uma armação metálica externo, colocada por todo o corpo, que ajuda seu beneficiado a se movimentar. É um grande passo em pesquisa, mas ainda existem limitações. São lentos, volumosos e, sobretudo, caros. “Eles têm muita razão de existir para centros de reabilitação, já que ajuda muito o organismo o poder se movimentar, mas para o uso diário vejo que ainda há muitíssimo a fazer. Olhando para um futuro muito distante pode existir a possibilidade de realizar uma mistura pessoa-robô”, comenta o especialista.
O ortoprotético, que mostra uma grande preocupação com a integração social dos amputados, diz “o quanto são caras estas novidades e que para muitos são realmente obra de ficção”.
TECNOLOGIA BIÔNICA – Caminhar é algo que fazemos automaticamente mas, para usuários de próteses, é necessário pensar em como se caminha, especialmente sobre essas superfícies irregulares ou áreas não familiares. Segundo os especialistas é necessário um alto nível de aprendizagem. Para Müller este problema “deixaria de existir se puséssemos um microchip no cérebro conectado à prótese eletrônica, transmitindo informação, deixando-a agir sozinha, como se fosse uma perna saudável”. Realidade ou ficção? A resposta é “Tecnologia biônica”.

Em qualquer reviravolta do setor ortopédico se escuta falar da biônica. O objetivo é fazer trabalhar juntos sistemas biológicos e eletrônicos.
Daniel García Jurado, professor de desenho ortoprotético da Escola de Formação Ortoprotética da Andaluzia, sul da Espanha, explica: “A tecnologia biônica aplicada ao campo da protética tenta solucionar um problema que surge após a amputação de um membro. O cérebro manda informação ao membro e este atua. Em uma amputação, esta via de comunicação é cortada e a informação não flui. A biónica protética tenta reparar e tornar compatível um sistema mecânico-elétrico que restabeleça o “feedback” de informação”.
Embora já existam protótipos e a pesquisa tem focado nesta direção, por enquanto é uma opção distante no mercado, já que são projetos de grande envergadura financiados por entidades de renome como o projeto Darpa do Governo americano ou grandes multinacionais. Daniel destaca que em toda pesquisa haverá sistemas que acabarão sendo comercializados no futuro. “O desenvolvimento destas virá através da eletrônica e da vontade dos Governos e seguradoras de assumir o custo da inovação tecnológica”.
Respondendo à pergunta: “Algum dia um amputado poderá andar perfeitamente?” O professor diz: “Acho que a osteointegração (união diretamente do osso e da prótese mediante cirurgia) e a protética assistida, serão a culminação da protética perfeita. Isto nos aproximará mais do cinema de ficção”.
Embora seja muito pouco provável que a biônica proporcione poderes sobre-humanos, nos últimos 30 anos se avançou de forma espetacular no campo da tecnologia protética. O que uma vez parecia ficção científica está se tornando realidade de uma maneira vertiginosa. A emocionante fusão entre biônica e protética promete o surgimento de tecnologias que melhorarão em grande medida a mobilidade e o rendimento energético.
As pessoas que hoje em dia “caminham com o coração” poderão ver uma mudança em suas vidas em um futuro não tão distante.
Fonte: Agência EFE / (Via Yahoo Notícia)

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